Título: Consumidor percebe e vai às compras
Autor: Márcia De Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/01/2006, Economia & Negócios, p. B1

Sem ter acesso às extensas planilhas do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), o consumidor já percebeu, na prática, que os produtos eletroeletrônicos ficaram mais baratos. O segurança João Leonardo da Silva, por exemplo, comprou ontem uma TV de 14 polegadas para o quarto dos filhos. Ele contou que pesquisou o item em várias lojas durante 15 dias. "Vi que o preço estava bom. Antes era em torno de R$ 400", comentou. O aparelho foi comprado por R$ 289 em três vezes sem juros.

Na corrida pelo menor preço, o casal Andréia e Eduardo Miyahira, que comprou há cerca de duas semanas um computador na mesma loja por cerca de R$ 1.500, voltou ontem para levar um discman. "Minha filha pediu, disse que pesquisou em outros lugares e esse é o menor preço", afirmou Andréia. O aparelho foi comprado por R$ 150. Eles notaram ainda que o momento é de uma baixa generalizada nos preços dessa categoria de produtos. "Tá bem melhor que antes. Vejo que um gravador de DVD, que custava cerca de R$ 800, eu encontro hoje na faixa de R$ 200", disse Eduardo.

A percepção do consumidor é medida no IPC-Fipe. Depois do limão, que caiu 41,13% em 2005 e que é um produto de época, sujeito à safra e entressafra, os eletrônicos foram os campeões de baixa no indicador. O telefone celular ficou 34,21% mais barato em 2005, seguido pelo videocassete (-21,68%), TV (-16,82%), impressora (-14,12%), microcomputador (-13,49%), máquina fotográfica (-13,27%), entre outros.

O coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, disse que recuo se deve a dois fatores. Um deles é a queda do dólar, que tornou os componentes importados dos produtos mais baratos. O outro é a evolução tecnológica. Entre os campeões de alta estão esponja de aço (62,24%), seguro de veículo (31,08%) e carro usado(18,17%).