Título: Redução do débito é mínima
Autor: Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/12/2005, Economia & Negócios, p. B4

O setor público deverá terminar o ano devendo mais ou menos o que devia em dezembro passado, apesar do aperto feito neste ano. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, a dívida chegará aos 51,5% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 51,7% do PIB em 2004. Isso ocorrerá porque, embora tenha economizado, a conta de juros cresceu muito rápido. "Ainda assim, haverá queda expressiva, de cerca de 6% em relação ao nível do indicador em dezembro de 2003", afirmou Lopes. Ele ressaltou que no final do primeiro ano do governo Lula, a relação dívida com PIB fechou em 57,2%. Em novembro, essa ficou em 50,9% do PIB, menor do que os 51,1% do PIB de outubro. Em dezembro, no entanto, crescerá novamente, adiantou Altamir Lopes, porque as contas públicas deverão fechar o mês com saldo negativo.

Altamir explica a queda de novembro deveu-se, em parte, à economia feita para abater parte dos juros. Outro fator foi a venda de ações do banco paulista Nossa Caixa, que rendeu aos cofres públicos R$ 954 milhões.

Em reais, a dívida subiu de R$ 979,11 bilhões para R$ 984,94 bilhões por causa dos R$ 12,97 bilhões em juros não neutralizados pelo esforço fiscal dos governos. Nos onze meses de 2005, a União, Estados e municípios acumulam uma conta de juros de R$ 146,47 bilhões, equivalentes a 8,28% do PIB.