Título: Leilão parcial faz o dólar cair
Autor: Patrícia Fortunato, Denise Abarca e Mario Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/12/2005, Economia & Negócios, p. B6

O Banco Central não conseguiu vender todos os contratos de swap cambial reverso que ofereceu, fazendo com que o dólar invertesse a tendência e fechasse em queda de 0,52%, para R$ 2,318. O leilão de compra tampouco ajudou o comercial. O paralelo subiu 0,28%, para R$ 2,52, o Ibovespa recuou 0,54%, os juros futuros ficaram praticamente estáveis, o risco país caiu 0,33%, para 303 pontos, e o A-Bond perdeu 0,05%, vendido com ágio de 8%. O BC ofereceu 8.400 contratos de swap, mas vendeu 5.800, no valor de US$ 277 milhões. Segundo um operador, o dólar subiu de manhã e caiu à tarde porque, no início da sessão, havia saída de recursos, movimento zerado à tarde. E com taxas menores no leilão de swap cambial reverso, a moeda americana desabou. "Num mercado pequeno, e com os 'vendidos' em maior número, o interesse é que o dólar caia", comentou.

A concentração do mercado nas mãos de poucas tesourarias também explica o comportamento instável do câmbio. No leilão de compra que o BC promoveu, a taxa de corte ficou em R$ 2,308, idêntica à cotação mínima do comercial. Na BM&F, o contrato futuro mais curto, o de janeiro, projetou queda de 0,71%, e os mais longos projetaram alta.

O destaque na Bovespa foi a falta de liquidez. O volume financeiro foi muito baixo, R$ 754 milhões, e refletiu a falta de interesse dos investidores às vésperas do Natal. A Bolsa operou "de lado", e acabou puxada para baixo pelo fraco desempenho dos mercados em Nova York.

E no primeiro pregão da última semana do ano a movimentação deverá ser pequena, porque segunda-feira será feriado em vários países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França.

As maiores altas foram de VCP PN (3,32%), Contax ON (1,34%) e TIM Par PN (1,05%). As maiores quedas foram de Light ON (2,83%) e Cemig ON (2,72%).