Título: Na sexta é assim mesmo, diz Aldo
Autor: Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/12/2005, Economia & Negócios, p. A10

Presidente da Câmara ameniza ausências no Congresso

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), minimizou ontem, em entrevista coletiva, a ausência de parlamentares em Brasília no primeiro dia de convocação extraordinária. "Às sextas-feiras não há sessões em plenário ou em comissões", justificou, após participar da inauguração do novo escritório da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em São Paulo. Segundo ele, apenas a Comissão de Orçamento da Câmara tinha atividade, por conta das discussões da Lei do Orçamento do próximo ano. Aldo estimou que o orçamento de 2006 deverá ser votado na comissão até o fim das próximas duas semanas mas, novamente, admitiu que a votação em plenário ficará somente para janeiro.

Segundo ele, a comissão que estuda a lei não chegou a um acordo de lideranças porque os oposicionistas não querem votar a proposta orçamentária. "A oposição não quer votar o orçamento neste ano. Como o governo não pode votar sozinho, não há o que fazer", declarou.

Aldo ressalvou, entretanto, que o impasse em relação ao orçamento não deverá prejudicar outras votações importantes no Congresso, como o novo valor do salário mínimo. "O mínimo vai ser votado em maio e não há nenhum problema de o orçamento não ter sido votado. Não é a primeira vez que acontece."

O presidente da Câmara comentou ainda sobre a proposta de lei de interromper o pagamento extra para os parlamentares convocados em períodos extraordinários. Caso seja aprovada, a medida deve vigorar somente em 2006, garantindo, assim, o recebimento de R$ 25 mil, além dos vencimentos normais, que cada parlamentar terá direito com a convocação extraordinária neste ano.

Indagado se a promessa de colocar a proposta em votação não era mais uma tentativa de dar uma resposta às queixas da sociedade sobre os custos da convocação extraordinária mas, se tema não seria mais uma vez esquecido, respondeu: "O projeto é uma coisa, votar é outra. Nunca vi um projeto desses ir para a pauta e ser votado mas, dessa vez, será."