Título: Donos de postos já temem falta do produto
Autor: Gerusa Marques
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/01/2006, Economia & Negócios, p. B1

O presidente regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de São Paulo (Sincopetro) em Ribeirão Preto, Renê Abbad, faz uma previsão pessimista: faltará álcool em março. "A oferta está baixa na entressafra, com uma demanda crescente, pois é a primeira vez que temos os carros flex neste período", argumenta. "Se continuar assim, o preço chega a R$ 1,70". Em seus 3 postos, o litro de álcool hidratado custava R$ 1,49, mas subiu para R$ 1,59. Ele paga R$ 1,38 por litro à distribuidora. Mas Abbad acredita que a tendência de alta possa ser estabilizada após a decisão do governo de se reunir com os produtores. Para ele, a possível redução do porcentual de álcool anidro misturado à gasolina, de 25% para 20%, seria uma medida só para a entressafra, para pressionar o estoque das usinas e a derrubar preços. "Mas piora a qualidade do meio ambiente com o aumento da emissão de poluentes. Minha sugestão é fazer a redução só nas cidades do interior, mas não nas capitais, pois equilibraria o estoque de álcool e ajudaria o meio ambiente".

Já o presidente da Associação dos Postos Revendedores de Combustíveis e Serviços de Ribeirão Preto, Walter Amandio Basso, não acredita em desabastecimento. "Aqui não, mas em outras regiões não sei, pois a procura está maior do que a oferta", diz. "Não concordamos com esses aumentos abusivos." Ele acha que o governo deveria ter um estoque regulador.