Título: Expansão do PIB será a maior em cem anos
Autor: Marina Guimarães
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/12/2005, Economia & Negócios, p. B4

O crescimento econômico da Argentina será o maior dos últimos cem anos. Ao final deste ano, a economia terá acumulado uma expansão de 29,5% entre 2003 e 2005, abaixo apenas dos 43% do período 1903 a 1905, no governo de Manuel Quintana. Desta forma, Néstor Kirchner supera o "ídolo imortal" Juan Domingo Perón e seu "inimigo número um", Carlos Menem. De 1945 a 1947, sob a administração de Perón, a economia do país cresceu 27,7%, e entre 1991 e 1993, com Menem, o PIB aumentou 28,1%. O levantamento consta do livro Dois séculos de Economia Argentina, 1810-2004, do economista Orlando Ferreres.

Como tudo na Argentina é assunto de polêmica, a comparação virou tema de debate entre acadêmicos. O diretor do Instituto de Investigações em Histórica Econômica da Universidade de Buenos Aires, Mario Rapoport, afirma que "não se pode comparar o crescimento econômico nas diversas etapas históricas porque os sistemas eram muito diferentes". No caso do peronismo,a economia se fundamentava na substituição de importações. "A Argentina se isolou com a guerra e a posterior falta de divisas gerou a crise de 1949, junto com a falta de financiamento do processo de industrialização". No que diz respeito a Menem, no começo dos anos 90, a economia se apoiava num regime financeiro "sustentado pelo endividamento".

EUA

O Departamento do Comércio revisou para baixo o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos no terceiro trimestre, para 4,1% (projeção anualizada), ante os 4,3% divulgados há um mês. Foi o melhor desempenho desde o primeiro trimestre de 2004 (4,3%).

O secretário do Comércio, Carlos Gutierrez, disse que "este PIB é mais uma demonstração de que as empresas estão se expandindo e os investidores estão confiantes". David Wyss, economista-chefe da Standard & Poor's em Nova York, disse que "com exceção dos veículos, os gastos dos consumidores estão indo bem". Os gastos dos consumidores respondem por dois terços do PIB americano.

No levantamento inicial, aos gastos dos consumidores haviam subido 4,2%, e agora ficaram em 4,1%, ainda bem acima dos 3,4% do trimestre anterior.