Título: Volume do consignado cresce quase 100%
Autor: Fabio Graner
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/12/2005, Economia & Negócios, p. B4

O volume de operações de crédito com desconto na folha de pagamentos praticamente dobrou neste ano. Em novembro, o volume de financiamentos via crédito consignado atingiu a marca de R$ 32 bilhões, representando 45,4% de todo o crédito pessoal do período. Em dezembro de 2004 essa modalidade de financiamento acumulava R$ 16,6 bilhões, 33,7% do saldo de crédito pessoal. Mesmo com esse crescimento forte no ano, os empréstimos consignados avançam em ritmo menor. Comparado a outubro, o volume aumentou 2,7%, pouco acima da média do crédito pessoal. Movimento semelhante ocorreu também em outubro e setembro.

Segundo o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, é natural que aconteça uma desaceleração no ritmo de crescimento porque a base de comparação está cada vez maior.

Para ele, a tendência dessa modalidade de financiamento com taxa de juros bastante inferior à média é continuar crescendo em 2006, mas acompanhando o ritmo de expansão geral do crédito. Ele salienta que o produto não atingiu o limite, pois há ainda um grande universo de clientes potenciais, mesmo entre os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os servidores públicos.

"Ainda há muito espaço para crescer nesses segmentos. Há uma massa muito grande de pessoas que podem pegar esse tipo de crédito", afirmou, acrescentando que o potencial do setor privado também é grande, embora este com problemas operacionais que tornam mais difícil o avanço.

Altamir informou ainda que a taxa de juros do crédito consignado atingiu em novembro o valor mais baixo da série histórica, iniciada em janeiro de 2004: 36,9% ao ano. No mês anterior, a taxa média dessa modalidade estava em 37,2% anuais.

O chefe do Depec divulgou ontem também o volume de financiamentos do programa de microcrédito do governo. Segundo ele, em novembro o saldo dos empréstimos foi de R$ 1,04 bilhão, o que representou 68,8% do volume total de recursos que o governo exige que os bancos emprestem.