Título: Alckmin diz que até abril deixa cargo
Autor: Rodrigo Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/01/2006, Nacional, p. A6

Diante da convicção de que será o escolhido pelo PSDB para disputar a Presidência da República na próxima eleição, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que deixa o cargo até abril. ¿Pela lei, quem quiser ser candidato, se no dia 2 de abril estiver no governo, está inelegível. Então vou deixar o governo antes do dia 2 de abril¿, explicou ontem no lançamento de projetos educacionais em uma escola na zona sul da capital paulista. Alckmin disse estar otimista e preparado para a disputa e descartou uma eventual candidatura ao Senado. O governador insistia no discurso de que seu nome estava à disposição do partido quando foi questionado se isso poderia resultar na cadeira de senador. ¿Não. Eu sou candidato a trabalhar pelo Brasil e gosto do Executivo. Sou candidato a presidente da República¿, respondeu. ¿Em relação a senador, quem se apresentou até agora em nosso partido foi a deputada Zulaiê Cobra.¿ Para Alckmin, as últimas pesquisas de intenção de voto, nas quais fica atrás do prefeito de São Paulo, José Serra, não passam de ¿fotografias do passado¿ que ¿não têm nada a ver com o futuro¿. ¿Evidente que a nossa curva é a melhor curva partidária¿, disse ao se comparar a Serra. ¿Quando começar o horário do rádio e da televisão, rasga todas as pesquisas e aí começa para valer¿, continuou.

¿Nosso nível de conhecimento fora de São Paulo é mais baixo. Aqui em São Paulo, onde o nível de conhecimento de praticamente todos os candidatos é igual, nós estamos bem na frente ¿, argumentou. ¿Estou extremamente animado, acho que (o PSDB) está caminhando naturalmente para essa decisão (de escolhê-lo para a disputa presidencial).¿

Alckmin aproveitou uma pergunta sobre o PT para discorrer sobre o que pesará na próxima eleição. ¿O eleitorado vota cada vez melhor, está amadurecido, vamos ter um eleitor muito mais exigente do ponto de vista ético. Se alguém esquecer da ética, vai cair do cavalo¿, sentenciou. ¿Há um abismo entre o que se pensa e o que se fala. E entre o que se fala e o que se faz. Está errado isso, está errado¿, repetiu. ¿Bravata, promessa vazia... Ninguém é bobo para acreditar nessas coisas¿, continuou.

No lançamento dos projetos, Alckmin e seu secretário de Educação, Gabriel Chalita, foram bastante assediados e por quase duas horas atenderam pacientemente a pedidos de fotos com a comunidade. Ao pintar parte de um desenho no muro da escola, o governador deixou escorrer tinta azul, que manchou sua calça e sapatos. ¿Cada um no seu ofício, já dizia um ditado italiano¿, minimizou.

Animado com a recepção, Alckmin elogiou sua gestão e disse que o PSDB tem um quadro muito rico de candidatos para assumir o governo paulista. ¿A eleição de São Paulo é importante por si própria¿, disse. ¿Nós precisamos é escolher alguém que faça um trabalho sério. Que seja um bom governador, que tenha experiência, competências¿, continuou. ¿Nós conseguimos, o quadro está feito. É preciso agora buscar o figurino, alguém que tenha essas condições.¿

Chalita foi apontado como um bom nome, mas o secretário admitiu que prefere um ministério ao governo paulista. ¿A expectativa é muito grande em trabalhar nesse projeto nacional.¿