Título: Rússia mantém posição dura
Autor: Eduardo Magossi, Ana Conceição
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/12/2005, Economia & Negócios, p. B16

A Rússia deixou claro ontem que será dura com o governo brasileiro antes de rever o embargo imposto às importações de animais vivos, carnes e produtos de oito estados brasileiros. A restrição foi determinada depois de confirmados 28 focos de febre aftosa no rebanho de Mato Grosso do Sul e de um caso da doença no Paraná. Em comunicado, o serviço veterinário da Rússia informou que não está satisfeito com a capacidade do Brasil de lidar com a doença. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, rebateu a crítica. ¿Do ponto de vista de identificação e controle da doença, tenho a impressão que o que o Brasil tem feito é exemplar.¿ Cerca de 14% das exportações brasileiras de carne bovina vão para a Rússia. No comunicado, feito após reunião realizada ontem com técnicos sanitários brasileiros, em Moscou, o vice-diretor do serviço, Evgeny Nepoklonov, disse que ¿está claro que o serviço veterinário brasileiro não pode garantir a segurança em relação à febre aftosa e não pode detectá-la rapidamente. Observaremos Mato Grosso do Sul e o Paraná por, no mínimo, um ano, e os Estados adjacentes por, ao menos, seis meses¿. Ele acrescentou que, se as autoridades brasileiras não forem capazes de recuperar a confiança em relação ao controle da doença durante o tempo indicado, o embargo poderá ser estendido indefinidamente. Surpreso, o ministro tentou minimizar as críticas e disse que uma região sem problemas pode vir a registrar casos. ¿O fato de ser livre de aftosa não significa que uma região não terá a doença.¿