Título: Leilão do BC faz dólar subir 1%
Autor: PATRÍCIA FORTUNATO, MARIO ROCHA, DENISE ABARCA
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/12/2005, Economia & Negócios, p. B11

Comercial recupera-se de duas quedas consecutivas; risco sobe 0,66% e Bolsa fica praticamente estável

Depois de acumular queda de 3,15% na terça e quarta-feiras, o dólar fechou em alta de 1%, para R$ 2,33, com a forte ajuda do Banco Central, como tem ocorrido ultimamente. O paralelo recuou 0,28%, para R$ 2,513, o Ibovespa ficou praticamente estável, perdendo 0,01%, os juros futuros alternaram altas e baixas e o A-Bond ganhou 0,65%, vendido com ágio de 8,05%. O risco país subiu 0,66%, para 304 pontos, mas durante o dia chegou a 301 pontos, o menor nível desde a criação desse indicador. No mercado cambial, a incógnita é saber em que nível o BC quer manter o comercial. Sem a intervenção do Banco Central, a tendência do dólar é de baixa, por motivos bem conhecidos: juros altos, risco país em queda, Bolsas com bom desempenho aqui e no exterior, e firme ingresso de moeda americana. Segundo um operador, graças a essa incógnita as tesourarias de bancos irão operar na venda, pois sabem que o BC vai comprar.

Ontem, a autoridade monetária vendeu os 8.400 contratos de swap cambial reverso oferecidos, com giro de US$ 399,5 milhões, e informou que fará novo leilão hoje, no mesmo valor. A Bovespa operou ¿de lado¿, sem definição de tendência e com giro financeiro fraco, de R$ 1,133 bilhão. ¿Faltou dinheiro na Bolsa. Parece que o mercado já entrou no clima de Natal¿, comentou um operador.

E houve notícias boas para o mercado acionário, principalmente a confirmação, pelo Tesouro Nacional, de que o Brasil vai antecipar, em janeiro, o pagamento total da dívida com o Clube de Paris.

As maiores altas foram de Unibanco Unit (2,84%), Cemig ON (2,40%) e Eletrobrás PNB (2,26%). As maiores quedas foram de BRT Par ON (3,85%), Contax ON (2,86%) e Souza Cruz ON (2,66%).

Com a divulgação da ata do Copom (ver pág. B4), o corte de 0,50 ponto porcentual na Selic, em janeiro, ganhou um pouco mais de força.