Título: Eleições não provocarão crise, avalia Fazenda
Autor: Tânia Monteiro, Gilse Guedes
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/12/2005, Nacional, p. A5

BRASÍLIA - A economia agüentará bem o tranco do ano eleitoral, segundo avalia a equipe do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Diferentemente de 2002, quando a eleição chegou num momento em que a economia tentava se recompor depois de uma sucessão de crises econômicas, a eleição de 2006 virá na esteira de anos em que o cenário foi benéfico tanto no País quanto no exterior. Nesse período foi possível deixar claro aos agentes de mercado que as linhas da política econômica seriam mantidas e reforçadas.

Um exemplo da boa forma da economia é a decisão do Brasil de quitar dois anos antes da data sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e 12 meses antes do prazo a dívida com o Clube de Paris. Também a queda do risco país (que estava em 1.439 pontos em janeiro de 2003 e agora está na casa dos 300 pontos) mostra que o investidor confia mais na economia brasileira hoje do que no início do governo Lula.

Isso não quer dizer que a economia esteja totalmente imune à crise. Na equipe econômica, a avaliação é que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre do ano foi provocada em parte pela turbulência política, que levou os empresários a investir e a produzir menos, em uma atitude defensiva. Também está no radar da equipe econômica a possibilidade de alguma deterioração no quadro econômico se aumentarem as chances de se eleger um candidato menos comprometido com as linhas básicas da política econômica - como Anthony Garotinho, por exemplo.