Título: PFL mantém candidatura Maia até março para ganhar tempo
Autor: Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2006, Nacional, p. A4

A cúpula do PFL decidiu manter de pé até março a candidatura presidencial do prefeito do Rio, César Maia (PFL). A idéia é ganhar tempo até que se resolva a briga interna do PSDB, entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, José Serra. Nos bastidores, no entanto, a aliança com os tucanos na corrida presidencial já é dada como certa. Embora o discurso oficial seja o da não interferência na disputa do PSDB, a avaliação predominante na cúpula do PFL é de que o melhor perfil para polarizar a eleição com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em qualquer cenário, é o de Serra. ¿O PSDB tem dois nomes de qualidade para disputar a Presidência e o PFL não vai opinar¿, declarou o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), depois de se reunir com líderes e dirigentes para discutir a agenda do Congresso e analisar o quadro das eleições.

No encontro, porém, eles avaliaram que o cenário mais favorável para evitar o surgimento de uma terceira via ¿ Anthony Garotinho (PMDB), por exemplo ¿ é o que confere liberdade aos partidos para compor as alianças nos Estados.

Os pefelistas concluíram, também, que a derrubada da regra da verticalização, que limita as alianças nas eleições de governador aos moldes da chapa formada para eleger o presidente, é prejudicial a Alckmin.

O raciocínio é de que, com as alianças liberadas, o número de candidatos a presidente seria muito maior. Os pefelistas argumentam que, nesse caso, o perfil ¿morno¿ de Alckmin pode abrir espaço a uma alternativa ¿agressiva¿, como Garotinho.

Os dirigentes concluíram que o estilo ¿mais aguerrido e lutador¿ de Serra garante a polarização com o PT logo de saída. Por fim, Bornhausen anunciou que o PFL lutará para derrubar a verticalização já na convocação extraordinária.