Título: Relator pedirá cassação de Roberto Brant
Autor: Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2006, Nacional, p. A7

Único integrante do PFL processado no Conselho de Ética da Câmara por recebimento de dinheiro do valerioduto, o deputado e ex-ministro Roberto Brant (MG) terá a cassação de mandato pedida pelo relator do seu caso, Nelson Trad (PMDB-MS). Brant, candidato a prefeito de Belo Horizonte em 2004, recebeu R$ 102,8 mil da empresa SMPB, do empresário Marcos Valério de Souza.[TEXTO] Brant diz que era uma doação da empresa Usiminas[TEXTO] e reconhece que não declarou o valor à Justiça Eleitoral[/TEXTO], mas alega que jamais desconfiou de irregularidade no repasse. O dinheiro foi sacado em espécie por um assessor. O relatório de Trad será entregue ao presidente do Conselho, Ricardo Izar, hoje ou, no máximo, quinta-feira.

Outro processado, o deputado Wanderval Santos (PL-SP), não terá a mesma sorte do líder de sua bancada, Sandro Mabel (GO), absolvido no Conselho por falta de provas.

O relatório final, do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), recomendará a cassação, pelo recebimento de R$ 150 mil de Valério. Wanderval reconhece que um motorista de seu gabinete fez o saque, mas transfere toda a responsabilidade para o ex-deputado Carlos Rodrigues.

Trad e Alencar recusam-se a comentar os casos, mas o Estado obteve informações dos argumentos finais deles. Trad ressaltará o passado ¿exemplar¿ de Brant, mas dirá que o julgamento é do presente, de um fato específico. Alencar dirá que parlamentares são responsáveis por atos dos assessores.