Título: Na sucessão paulista, PT e PSDB divididos
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/01/2006, Nacional, p. A6

Marta e Mercadante lutam por vaga petista e tucanos não têm um preferido

A corrida pela definição dos nomes que vão disputar o governo do Estado de São Paulo está aprofundando antigas divisões internas tanto no PSDB quanto no PT - os dois partidos que devem polarizar a eleição paulista em 2006. Tudo indica que, ofuscada pela briga interna tucana pela candidatura à Presidência da República, a escolha dos nomes para concorrer ao governo estadual só vai ocorrer nos últimos momentos. No PT, a disputa foi oficialmente posta à mesa no início de dezembro, com a definição de duas pré-candidaturas: a da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy e a do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante. Ambos, fortes nas pesquisas e com bala na agulha para enfrentar o PSDB, esperam o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato quase certo à reeleição. "A escolha deve recair sobre aquele que pode ajudar mais o presidente Lula na campanha para a reeleição", aposta um petista próximo ao presidente.

Com as duas pré-candidaturas expostas, o PT paulista se viu obrigado a agendar para 7 de maio uma prévia para a escolha do candidato. Até lá, dirigentes esperam chegar a consenso.

No interior do PSDB, o cenário também parece nebuloso. O candidato natural seria o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas como ele já deu mostras de que isso não faz parte de seus planos, o caminho ficou aberto para outros postulantes. Até agora cinco tucanos apresentaram suas pré-candidaturas: José Aníbal, Aloysio Nunes Ferreira, Alberto Goldman, Paulo Renato e Emanuel Fernandes.

Vereador mais votado em São Paulo em 2004 e com boa atuação na disputa por uma vaga no Senado em 2002, José Aníbal é apontado como a opção mais viável. Mas há quem acredite que o prefeito José Serra, um dos nomes mais influentes do partido, vai interferir em favor de um de seus dois escudeiros que estão no páreo: seu secretário de Governo, Aloysio Nunes, e o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman.

QUÉRCIA

Enquanto PSDB e PT tentam definir nomes, o PMDB vê no ex-governador Orestes Quércia a chance de voltar ao Bandeirantes. Afinal, ele apareceu em primeiro lugar na última pesquisa de opinião no Estado. Mas tucanos e petistas enxergam essa vantagem como um recall de eleições passadas. Há ainda um setor do PFL que aposta em Guilherme Afif Domingos, no caso de romper a aliança com o PSDB - o que é pouco provável.