Título: GE Celma busca outros clientes
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/01/2006, Economia & Negócios, p. B10

Participação da Varig no seu faturamento caiu para 10%

Apesar da crise do seu maior cliente no Brasil, a GE Celma, empresa de manutenção de turbinas para aeronaves da americana General Electric, planeja praticamente dobrar sua produção em 2007. A idéia da empresa, que já teve metade de seus contratos com a Varig, é ampliar o atendimento para outras companhias aéreas nacionais e internacionais, elevando seu ritmo anual de operação de 180 motores para 300 motores no ano que vem.

Atualmente, a Varig responde por 10% do faturamento da GE Celma. Entre 2001 e 2002, a companhia aérea representava 50% da receita da empresa, sediada em Petrópolis, região serrana do Rio. Atualmente, companhias internacionais correspondem a 90% da produção da companhia.

NEGOCIAÇÕES DURAS

O presidente da GE Celma, Marcelo Soares, estima que este ano a Varig vai continuar a responder por 10% de sua operação e a Gol, que recentemente fechou contrato com a empresa, contribuirá com mais 10%. Os 80% restantes virão do mercado externo.

Na opinião do executivo, a relação ideal é ter 30% do faturamento proveniente do mercado doméstico e 70% de companhias aéreas do exterior.

"Gostaríamos de continuar contando com a Varig. Não existe intenção de diminuir a participação da companhia. Pelo contrário, se possível, gostaríamos de aumentar", afirma Soares.

De acordo com o executivo, a GE Celma tem investido entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões por ano. Em 2004, a empresa revisou 50 turbinas de aviões da Varig. No ano passado, esse número despencou para 15.

Marcelo Soares afirma que atualmente não há nenhum problema de relacionamento com a Varig, depois de a GE Celma ter retido este ano turbinas da companhia aérea por falta de pagamento. No entanto, ele reconhece que as negociações são "duras".

A GE Celma faturou, no ano passado, US$ 560 milhões, valor que representou um crescimento de 43% em relação aos US$ 392 milhões faturados em 2004. A empresa tem hoje 850 funcionários efetivos e mais 150 em treinamento, relata o seu presidente.