Título: Planalto diz que gastou menos com publicidade
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2006, Nacional, p. A5

BRASÍLIA -Na estratégia de sempre se comparar ao governo de Fernando Henrique, e no contra-ataque puxado pelo ano eleitoral, o governo Lula concluiu levantamento pelo qual gastou bem menos com publicidade que o antecessor. Pelos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), em 2000 o governo FHC teve despesas com propaganda de R$ 428.533.538, enquanto o de Lula, em 2003, desembolsou R$ 244.044.783. Os valores referem-se a pagamento, em todas as mídias (jornais, revistas, rádio, TV, internet e outdoors), de serviços de publicidade e propaganda, publicidade institucional e de utilidade pública (campanhas de vacinação, por exemplo), publicidade legal, mercadológica e patrocínios. Não estão registrados os valores de produção das peças publicitárias. Segundo a Secretaria de Comunicação de Governo (Secom), a produção corresponde a cerca de 30% do que é pago às mídias.

DEFESA

A conta não registra também a publicidade feita pelas estatais, que em tese não prestam contas à Secretaria de Comunicação. É por aí que o secretário-geral do PSDB, deputado Eduardo Paes (RJ), faz a defesa do governo Fernando Henrique. ¿Registrar os números da administração direta não quer dizer nada, porque eles são transparentes e estão submetidos ao controle do Siafi¿, argumentou. ¿Quero ver é o que aconteceu nas estatais. É de lá que saíram os recursos para o esquema de corrupção montado pela dupla Delúbio Soares e Marcos Valério¿, atacou.

Ainda pelo levantamento do Planalto, o governo Fernando Henrique pagou em 2001 R$ 459.510.603 para propaganda da administração direta e em 2002, seu último ano, R$ 387.947.164. O de Lula gastou R$ 319.558.352 em 2004. A conta de 2005 ainda não foi fechada, mas o cálculo preliminar, feito até dezembro, é de R$ 236.146.626. A previsão orçamentária para 2006 é de R$ 159 milhões.

As despesas com publicidade registradas pelo Siafi e agora divulgadas pelo Planalto referem-se aos gastos da Presidência e da Vice-presidência e de todos os ministérios. Logo no início do governo, o então ministro da Secom, Luiz Gushiken, que centralizava a propaganda, negociou com os veículos, separadamente, um abatimento no valor da divulgação das peças de publicidade.