Título: Emprego tem pior mês desde 2000
Autor: Paula Puliti
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2006, Economia & Negócios, p. B3

O nível de emprego na indústria paulista, apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), caiu 2,16% em dezembro ante novembro, sem ajuste sazonal. Com ajuste, a queda foi de 0,04%. No último mês de 2005, foram cortadas 45,818 mil vagas. O emprego industrial paulista encerrou o ano com alta de 2,4% ante 2004, com mais 48,419 mil vagas. A queda de dezembro foi a maior da atual série histórica da entidade, iniciada em janeiro de 2000. Ainda assim, o número de empregos criados em 2005 é superior ao de 2004, 2003, 2002 e 2001. Em 2004, foram criadas 144,487 mil vagas.

O número de postos de trabalho criados em 2005 ficou abaixo das projeções da Fiesp, de aumento de 3%, ou 60 mil empregos. A queda em dezembro foi a principal responsável pelo desempenho abaixo do esperado.

Para o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, a atividade da indústria vem sendo afetada desde meados de 2005 pela política monetária, de juros altos e real valorizado.

¿Quando a economia está chocha, todo o resto vai chocho. Não há novidades nos números da Fiesp¿, disse.

O diretor destacou que os meses de novembro e dezembro são tradicionalmente de corte de empregos industriais, por conta de ajustes após o período de encomendas para o fim do ano. Em novembro, o emprego já havia recuado 0,36%.

Mas, levando-se em conta o total do ano, a variação de 2,4% foi melhor que a de 2003 (2,12%), 2002 (1,19%) e 2001 (1,63%). O ano de 2004 foi o ponto fora da curva, com alta de 7,45% e criação de 144,487 mil vagas.

O mês de janeiro deve trazer algum alento para a indústria paulista, levando-se em conta os números da série histórica. ¿O primeiro mês do ano é, tradicionalmente, de recuperação¿, observou.