Título: Convidado, Alencar vai ao BC
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2006, Economia & Negócios, p. B4

O vice-presidente José Alencar foi ontem ao Banco Central para um ¿encontro de trabalho¿ com o presidente do BC, Henrique Meirelles. Na companhia de diretores responsáveis pela formulação e condução da política de juros elevados como instrumento de combate à inflação, Meirelles e Alencar não puseram barreiras na conversa. O vice-presidente, ao final do encontro de mais de duas horas, disse que conversaram sobre diversos assuntos, entre eles juros. ¿Falamos sobre muita coisa. Foi uma conversa muito boa.¿

Essa foi a primeira vez que Alencar foi ao BC para conversar com Meirelles e os diretores de Política Monetária, Rodrigo Telles da Rocha Azevedo; de Estudos Especiais, Alexandre Tombini, e de Assuntos Internacionais, Alexandre Schwartsman.

Alencar disse que a conversa não focou só sobre a Selic. ¿Não falamos apenas sobre isso.

Falamos sobre questões ligadas ao Brasil como um todo.¿ Ele não quis detalhar o conteúdo da conversa, mas disse que a sua opinião sobre o comportamento da taxa de juros ¿não mudou¿.

Alencar tem uma posição crítica em relação à decisão de elevar a Selic. ¿Continuo pensando da mesma forma que vocês já conhecem¿, afirmou aos repórteres.

O vice-presidente teve a preocupação de deixar claro que não falou sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). ¿Sobre o Copom, eu não falo.

¿ O vice-presidente também comentou que, no encontro, não falaram sobre o desempenho da economia.

Antes da reunião, pessoas ligadas ao vice-presidente garantiram que ele não teria o menor constrangimento de manter uma conversa sobre juros com os diretores do BC. Uma delas chegou a dizer que Alencar discutiria formas de reduzir a Selic.

¿O trabalho não afrouxa, pois isso é uma questão de consciência e convicção¿, disse Alencar, segundo o relato dessa pessoa.

O encontro foi realizado a convite de Meirelles, que acompanhou Alencar em uma visita às instalações do BC, como por exemplo o museu de valores do banco, onde está guardada a maior pepita de ouro em exposição no mundo.