Título: Para bancos, PIB vai crescer 3,46% este ano
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2006, Economia & Negócios, p. B4

A Pesquisa de Projeções Econômicas realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi divulgada ontem, indicando um cenário otimista para este ano. De acordo com o levantamento, que ouviu 49 instituições bancárias, a projeção de crescimento do PIB em 2006 é de 3,46%, com inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,62%. Para o economista-chefe da Febraban, Roberto Luís Troster, o estímulo para o crescimento da economia está dado pela indústria, que tem uma projeção de expansão de 3,99%. Segundo ele, outros fatores que impulsionarão a economia em 2006 serão as exportações, o juro em queda e a ampliação do crédito.

A estimativa de crescimento do PIB da Febraban, contudo, está abaixo da que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, tem repetido (5%), e da do Banco Central (4%). Troster disse que um esvaziamento de estoques na indústria e no comércio levou à queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre de 2005, e não uma alteração na demanda (que cresceu 0,8%).

Para ele, o aumento nos estoques será então um ¿estímulo oportuno¿ para a economia neste início de ano.

As projeções dos juros indicam que em dezembro o juro básico estará em 15,23% ao ano, e chegará a dezembro de 2007 em 13,87% ao ano. O crédito, prevê a Federação dos Bancos, terá expansão de 17,31%, com destaque para o crédito a pessoas físicas com crescimento de 25,08%.

Segundo as estimativas da entidade, o desempenho do crédito em 2006 terá as mesmas características que impulsionaram a atividade econômica do País no ano passado.

Em relação ao comércio exterior, as projeções apontam o crescimento das exportações para US$ 122,57 bilhões, com as importações atingindo US$ 86,44 bilhões ¿ gerando um saldo comercial de US$ 36,13 bilhões.

O levantamento indicou uma taxa de câmbio de R$ 2,42 para dezembro.

POLÍTICA

Embora 2006 seja um ano eleitoral, a expectativa no cenário econômico internacional, segundo Troster, é de crescimento da economia e do comércio mundiais, taxas de juros americanas estabilizadas em 4%, preços do petróleo estáveis e liquidez abundante. Na avaliação do economista-chefe da Febraban, um crescimento a taxas mais elevadas implica uma estratégia econômica que esteja fundamentada em premissas sólidas.

¿As combinações das políticas monetária, fiscal, cambial e de renda devem ser consistentes ao longo do tempo, com destaque para a questão fiscal, a qual ressalta a necessidade de uma reforma constitucional que permita uma melhor composição de receitas e despesas do governo¿, disse.