Título: Álcool subiu 3,5% em SP na 1ª semana do ano
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2006, Economia & Negócios, p. B5

O preço do álcool nos postos paulistas subiu 3,5% na primeira semana de 2006, em relação à última semana de 2005. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o combustível fechou a semana passada com um preço médio de R$ 1,457 nas bombas de São Paulo. A alta registrada no Estado é maior do que a média nacional, de 2,86%. O preço médio no País, porém, é superior: R$ 1,650 por litro. A pesquisa indica que o preço da gasolina continua acompanhando a alta do álcool, ainda que em menor ritmo. Na primeira semana de janeiro, o preço médio da gasolina no País subiu R$ 0,013, ou 0,52% por litro, e atingiu os R$ 2,477. Em São Paulo, a alta foi menor, de 0,45%. O preço médio do combustível no Estado chegou a R$ 2,367 na semana pesquisada. A gasolina vendida nos postos leva 25% de álcool anidro e, por isso, sofre impacto da disparada das cotações do derivado da cana-de-açúcar.

Segundo a ANP, o álcool hidratado já teve aumento de 32% nas bombas desde a mínima do ano passado, de R$ 1,251 por litro, em junho. A alta é justificada pelo crescimento das vendas de veículos bicombustível e é considerada normal por alguns analistas.

¿Toda esta polêmica em torno do preço do álcool me parece exagerada¿, afirma o presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari. Na sua opinião, os preços devem ser regulados pelo próprio mercado, que vai optar pela gasolina quando o álcool não valer mais a pena.

Ele concorda, porém, que a formação de estoques estratégicos reduziria a volatilidade das cotações.

REUNIÃO

Depois de mais de uma semana de discussões técnicas e de álcool mais caro nas bombas, governo e produtores de cana-de-açúcar se reúnem hoje, no Ministério da Agricultura, na tentativa de conter um aumento excessivo do preço do combustível.

O governo quer reduzir para R$ 1 o litro do álcool anidro na usina, no período de entressafra, que vai até abril. Os produtores querem manter o litro em R$ 1,09, em média, e argumentam que os preços estão pressionados pela diminuição do estoque desde o mês passado, com o fim da última safra.