Título: Em 2007, 'grau de investimento'
Autor: Fabio Graner e Gustavo Freire
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2006, Economia & Negócios, p. B6

O próximo presidente da República deve também ganhar a faixa de ¿grau de investimento¿, espécie de selo de qualidade concedido pelas agências de classificação de risco para os investidores aplicarem o seu dinheiro num país. A expectativa da equipe econômica é de que há condições de o Brasil receber o "grau de investimento" já em 2007, se forem mantidas a política de ajuste fiscal e a estratégia de melhora da composição da dívida pública, interna e externa. A receita do diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, para o Brasil alcançar o grau de investimento dívida com prazos de vencimento mais longos, menos sujeita à variação do dólar e num valor que represente uma proporção cada vez menor do PIB tem sido perseguida pelo governo. Mas esforço acabou se chocando com a política de juros altos para conter a inflação, que fez aumentar a dívida e reduzir o ritmo de crescimento da economia.

Apesar de o governo ter conseguido avanços significativos na melhora do perfil da dívida pública e de considerar que a avaliação atual do Brasil pelas agências não faz justiça a essa evolução, o forte peso dos papéis atrelados à taxa de juros ainda é um ponto de grande vulnerabilidade na política econômica. Por um lado, foi reduzida quase a zero a dívida interna corrigida pelo câmbio, o que conta pontos a favor do País.

Por outro, 53% dos títulos públicos ainda têm correção pela Selic, o que é considerado uma fragilidade.