Título: Risco cai mais e Bolsa bate recorde
Autor: MARIO ROCHA, SILVANA ROCHA, DENISE ABARCA
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2006, Economia & Negócios, p. B10

Índice recua para 277 pontos, enquanto o Ibovespa sobe para 35.952 pontos, o quarto recorde no ano

Um dia depois de o FMI elogiar a menor vulnerabilidade externa brasileira, o risco país bateu novo recorde de queda, recuando 2,81%, para 277 pontos (a mais baixa marca anterior, 283, foi registrada dia 9). E o Ibovespa bateu o quarto recorde de pontuação do ano, 35.952, em alta de 2,58%, enquanto o dólar subiu 0,93%, para R$ 2,284, e o paralelo avançou 0,41%, para R$ 2,473. Os juros futuros projetaram queda e o A-Bond ganhou 0,32%, vendido com ágio de 9,85%. Após dois pregões com realização de lucros, a Bovespa retomou a alta, com bom volume financeiro de R$ 2,469 bilhões. Só seis ações do índice principal fecharam em queda nesta quarta-feira. ¿A realização de lucros foi modesta. O mercado é pra cima¿, comentou um operador.

Até sexta-feira passada, o saldo de investimentos estrangeiros na Bolsa era positivo em R$ 697 milhões. Na segunda-feira, teriam entrado mais R$ 125 milhões.

Entre os papéis que compõem o Ibovespa, as maiores altas foram de Telesp Celular Par PN (6,36%), Siderúrgica Nacional ON (6,32%) e Tele Leste Celular PN (6,10%). As maiores quedas foram de Souza Cruz ON (1,94%), Sadia PN (1,70%) e Embraer ON (1,94%).

O dólar foi ajudado pelos leilões de swap reverso e de compra realizados pelo Banco Central à tarde e teve a segunda valorização seguida. Fundos de investimento estrangeiros, em especial, reduziram posições futuras ¿vendidas¿ e contribuíram para pressionar o comercial.

Os investidores que vêm absorvendo integralmente as ofertas de swap cambial reverso desde sexta-feira ¿ assumindo posição passiva em dólar e ativa em taxa de juro ¿ também ajudaram, na medida em que ¿travaram¿ posição ao comprarem dólar futuro.

A queda das taxas futuras de juros favoreceram compras de moeda americana, ainda que o mercado continue dividido sobre o corte da Selic.