Título: Alckmin começa peregrinação pelo País
Autor: Ricardo Brandt
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2006, Nacional, p. A6

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, dá a largada nesta semana a uma peregrinação pelo País, com o objetivo de tornar seu nome mais conhecido fora do Estado e consolidar alianças que possam fortalecer sua candidatura nome na disputa interna no partido. A agenda de viagens começará na quinta-feira, com uma palestra em Porto Alegre. O encontro contará com a participação da deputada federal Yeda Crusius, que é cotada como candidata ao governo gaúcho pelo PSDB. No fim de semana, o governador paulista passará por Aracaju e por Recife ¿ sempre conduzido por líderes tucanos locais ou por aliados. ¿Vou nesta semana começar a viajar pelo País, sempre nos finais de semana, durante a noite, nos feriados. Sempre sem prejudicar o governo do Estado¿, declarou Alckmin, que desde a semana passada intensificou sua agenda de eventos públicos.

Ele também fará nos próximos dias uma visita ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves. O mineiro é considerado um importante aliado numa eventual disputa à Presidência, mas sua força será ainda maior no processo em que o PSDB definirá quem será o candidato.

Aécio, juntamente com o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, forma o grupo de cardeais tucanos que chancelará a escolha do presidenciável pelo partido.

A agenda de viagens dará prosseguimento a contatos iniciados já no fim do ano. Alckmin já esteve no Paraná, acompanhado pelo prefeito de Curitiba, Beto Richa, em Mato Grosso, com o ex-governador Dante de Oliveira, em Goiás, com o governador Marconi Perillo; em Alagoas, com o senador Teotônio Vilela, e em Santa Catarina, com o senador Leonel Pavan.

TRABALHO

Um parlamentar tucano ligado ao governador afirmou que a idéia é intensificar contatos políticos fora do Estado de São Paulo para poder desqualificar um dos principais argumentos dos que apóiam a escolha do prefeito José Serra como candidato do PSDB: o de que Alckmin é muito forte dentro de São Paulo, mas tem pouca influência fora de sua região. ¿Nosso trabalho agora é de articulação política. Ampliar alianças não é tão difícil quanto reverter uma rejeição consolidada¿, ironizou o parlamentar.

No entendimento dos aliados de Alckmin, a eventual candidatura do prefeito Serra representaria um recall de outras eleições. ¿A rivalidade entre Serra e o presidente Lula pode não ser boa para o partido¿, arriscou um tucano com trânsito no gabinete do governador.

Para os serristas, esse é um trabalho que o prefeito não precisa fazer. ¿Serra não tem esse problema. Ele lidera nas pesquisas em quase todas as regiões do País¿, disse um dos articuladores de sua candidatura. ¿Já os índices do Alckmin fora de São Paulo são preocupantes¿, completou o tucano.