Título: Petroleiras privadas vão aplicar US$ 16,9 bi até 2010
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2006, Economia & Negócios, p. B4

Valor representa 25% dos investimentos em 5 anos; Petrobrás planeja destinar US$ 49,3 bilhões no período

As empresas privadas que chegaram ao País após o fim do monopólio estatal do petróleo vão investir US$ 16,9 bilhões no Brasil até 2010. O valor representa 25% dos investimentos que serão destinados ao setor no período e reflete os primeiros resultados da abertura, em 1997, avalia o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. ¿Os dados mostram que a Petrobrás não está mais sozinha¿, disse Lima, em cerimônia de assinatura dos contratos da sétima rodada de licitações da agência. A Petrobrás continuará como maior investidora no mercado brasileiro de petróleo entre 2006 e 2010, com US$ 49,3 bilhões. Mas a maior disposição dos investidores privados é comemorada por fornecedores de bens e serviços.

¿A partir de agora, teremos essas empresas privadas como grandes clientes¿, disse o presidente da Associação Brasileira dos Perfuradores de Petróleo (Abrapet), José Eduardo Jardim. ¿Há até risco de falta de equipamentos para atender a demanda.¿

Segundo o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), os investimentos privados serão destinados, principalmente, a operações em exploração e produção (US$ 6,8 bilhões) e petroquímica (US$ 3,9 bilhões).

Já as áreas de gás e energia e refino e transporte de derivados ficarão com US$ 1,5 bilhão cada. Na área de exploração e produção, US$ 2,3 bilhões serão destinados a quatro novos campos de petróleo operados por empresas privadas e US$ 1 bilhão na busca por novas reservas.

Mas pelo menos três empresas anunciaram que não vão ficar com as concessões obtidas no leilão. As brasileiras Petrolab, C.Foster e Silver Marlin optaram por não fazer investimentos em algumas áreas, mesmo com a perda das garantias.

PRAZO

O gerente-executivo de Exploração e Produção Corporativo da Petrobrás, Francisco Nepomuceno, disse ontem que a empresa tem até o fim do ano para decidir sobre a viabilidade comercial de pelo menos 2,2 bilhões de barris de óleo equivalentes (somados ao gás) descobertos em 2003.

As reservas foram encontradas em áreas concedidas à estatal antes do fim do monopólio. Quando ocorreram as descobertas, a ANP concedeu um novo prazo de dois anos para que a os planos de avaliação das áreas fossem concluídos.