Título: Intenção é estancar aumentos
Autor: Fabio Graner, Gerusa Marques
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2006, Economia & Negócios, p. B3

Na bomba, preço deve cair apenas R$ 0,04 por litro

O acordo entre o governo e usineiros para fixar o litro do álcool na usina em R$ 1,05 na entressafra deverá resultar numa redução de R$ 0,04 no litro do produto nos postos, segundo José Alberto Paiva Gouveia, presidente do sindicato dos comerciantes do setor no Estado de São Paulo, o Sincopetro. Ele diz que, no caso do álcool, a redução para o consumidor final deverá ser de R$ 0,04, e no caso da gasolina, de R$ 0,01. A redução na bomba irá dependerá, contudo, do distribuidor. ¿Se o distribuidor repassar, os postos também repassarão.¿ Apesar de ser pouco para o bolso do consumidor, Gouveia vê como positivo o fato de que a fixação do preço nas usinas irá ¿estancar os aumentos¿.

Com o aumento de 30,4% no álcool cobrado na usina desde o início do ano, o preço do combustível disparou. Boa parte dos postos na capital paulista aumentou o preço da média de R$ 1,30 (novembro) para um valor entre R$ 1,50 e R$ 1,60. Mas em bairros nobres e com alta concentração de escritórios, o litro do álcool chegou a ser vendido ontem a quase R$ 1,90.

Gerente de um posto na Avenida Luís Carlos Berrini, Adriano Sabino disse que não houve queda na venda do álcool desde que ele reajustou o preços do combustível, semana passada, R$ 1,69 para R$ 1,88. Ele justificou o preço afirmando que é a distribuidora Esso que repassa um preço alto para seu posto.

No Pacaembu, um posto Shell recém-inaugurado parecia disposto a atrair quem prefere gasolina. Ontem, o combustível era vendido a R$ 2,39 ¿ valor bastante competitivo para o bairro ¿, e o álcool a R$ 1,75.

Para Gouveia, do Sincopetro, nada justifica a cobrança de valores entre R$ 1,75 e R$ 1,90 pelo litro do álcool. ¿É exorbitante. Quem põe esse preço não vai vender¿, afirma. Caso o álcool continue a custar mais de 70% do preço da gasolina, como vem acontecendo em muitos postos, o presidente do sindicato prevê uma redução significativa de seu consumo.