Título: Em plena segunda, Câmara consegue votar e aprovar MP
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2006, Nacional, p. A9

Depois de pagar R$ 7.181.280,00 de salários extras da parcela referente a 15 de dezembro a 14 de janeiro aos parlamentares sem que nenhuma proposta tenha sido votada, Senado e Câmara retomaram ontem suas atividades de plenário. O Senado ficou apenas nos discursos; a Câmara votou e aprovou duas medidas provisórias: a que liberou R$ 673,6 milhões para os ministérios dos Transportes, da Integração Nacional e das Cidades, e a que transferiu do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) para o Ministério da Fazenda o direito de fazer o seguro para a exportação. Foi registrada a presença de 439 dos 513 deputados, quórum alto para uma segunda-feira. Senadores e deputados ainda vão receber outros R$ 7.181.280,00 pela segunda parcela dos trabalhos extras, que começou ontem e vai até 14 de fevereiro. Somadas as duas parcelas extras aos salários de janeiro e fevereiro, mais duas ajudas de custo e a metade do 13º salário, o custo só com o pagamento de salário dos parlamentares será, de dezembro a fevereiro, de R$ 99.024,120,00. Dos 594 congressistas, 29 deputados e 5 senadores abriram mão do salário extra. Outros 50 decidiram doar o vencimento a entidades filantrópicas.

Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-AL), anunciaram que votarão, até amanhã, a proposta que acaba com o pagamento de salários extras a deputados e senadores. As duas casas querem votar ainda emenda constitucional que exige 308 votos na Câmara e 49 no Senado para reduzir as férias parlamentares de 90 para 45 dias.