Título: Em Brasília, a ação do cartel
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2006, Economia & Negócios, p. B1

BRASÍLIA - Em meio à polêmica sobre os preços dos combustíveis, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sinpetro-DF) anunciou ontem um reajuste nos preços dos produtos na capital federal, uma das regiões mais cartelizadas do País no setor. O cartel ocorre quando há acordo entre empresas de um setor para inibir a competição e impor preços. O sindicato culpou as distribuidoras pela alta média de 1,5% na gasolina e de 2,5% no álcool hidratado. A alta dos preços em Brasília é agravada pela organização empresarial do setor, já classificada como cartel por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF em 2003 e condenada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2004.

A CPI identificou que três redes dominam quase 90% dos postos na região. Duas delas, Gasol e Igrejinha, junto com o Sinpetro, foram condenadas a pagar multa equivalente a 5% de seus faturamentos anuais.

Em São Paulo, os motoristas não sentiram diferença no preço do álcool. Apesar do acordo anunciado na semana passada, de redução de R$ 0,04 no preço do litro, o valor checado em oito postos pelo Estado em 13 de janeiro continuava igual.

Segundo Alexandre Lara, gerente do posto Esso na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, zona norte da capital, o último aumento aconteceu há 15 dias, quando o litro passou de R$ 1,39 para R$ 1,49. ¿Ainda não temos previsão para reduzir preços, pois nada foi repassado e quem manda são os usineiros.¿