Título: Caixa tem R$ 10,3 bi para financiar imóvel em 2006
Autor: Alexandra Penhalver
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2006, Economia & Negócios, p. B5

Depois do recorde de investimentos em habitação em 2005, com um total de R$ 9 bilhões, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem o orçamento de R$ 10,3 bilhões para aplicar neste ano, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). ¿O ano de 2005 foi o melhor dos últimos dez anos; o resultado se deu em todo o País¿, disse o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, numa entrevista coletiva em São Paulo.

Soma-se aos recursos públicos para este ano o dinheiro dos bancos privados que financiam habitação com os depósitos da poupança. A proposta do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enviada ao Conselho Monetário Nacional (CMN), é investir R$ 6,7 bilhões em habitação.

Isso sem contar os R$ 2 bilhões de recursos da poupança da Caixa ¿ já disponíveis ¿ para financiar imóveis para a classe média. A expectativa é de que, ao todo, sejam disponibilizados cerca de R$ 19 bilhões para financiar habitação em todo o País.

BALANÇO

Em 2005, a Caixa contratou mais de R$ 10,6 bilhões em habitação e desenvolvimento urbano. Foram R$ 9 bilhões em financiamentos e R$ 1,6 do Orçamento Geral da União (que inclui saneamento básico).

¿Foram investidos R$ 2 bilhões em habitação no Estado de São Paulo, sendo R$ 597 milhões aplicados na cidade de São Paulo¿, explicou Mattoso.

Ele afirmou que foi possível alcançar esse resultado recorde com ajuda da ¿política habitacional do governo Luiz Inácio Lula da Silva¿ e de mudanças na legislação, como a ¿MP do Bem¿, a alienação fiduciária (em que o financiador pode retomar o imóvel do inadimplente de forma mais rápida), o patrimônio afetado (quando a empresa separa o dinheiro e as contas do empreendimento do restante do patrimônio e, assim, protege o consumidor de imprevistos), e o aumento da participação do setor privado nos financiamentos.

¿O ano de 2005 foi recorde em investimentos e consolidação para as famílias de baixa renda¿, afirmou o ministro das Cidades, Márcio Fortes.

Além do ministro, participaram da entrevista o vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Governo, Jorge Hereda, e representantes do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Sindicato da Construção (Sinduscon-SP) e Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP).

Segundo Fortes, o Brasil tem déficit habitacional de 7,2 milhões de moradias e, por isso, o foco dos recursos públicos deve continuar na população de baixa renda. Ele disse que, dos R$ 9,2 bilhões aplicados na habitação, cerca de 46% foram para moradias de 226 mil famílias com renda de até 3 salários mínimos.