Título: Cavaco Silva deve ser eleito presidente no 1º turno
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2006, Internacional, p. A13

Ex-primeiro-ministro de centro-direita tem 60,3% das intenções de voto na eleição do dia 22

LISBOA - Um ex-primeiro-ministro de Portugal pode estar rumando para uma vitória fácil na eleição presidencial, segundo indicou uma pesquisa de opinião divulgada ontem, ajudado por uma oposição de esquerda fragmentada e por suas promessas de promover o crescimento. A vitória de Aníbal Cavaco Silva, candidato de centro-direita na eleição do dia 22, poderá impulsionar os esforços do governo socialista para reformular a economia e reduzir o maior déficit orçamentário da zona do euro, disse um analista.

Um triunfo de Cavaco Silva ¿vai aumentar o impulso para uma reforma econômica. O governo está convencido que essa reforma é indispensável, os fatos estão aí¿, disse Francisco Sarsfield Cabral, colunista política do jornal Diário de Notícias.

Cavaco Silva, que supervisionou o crescimento econômico como primeiro-ministro do livre mercado de 1985 a 1995, tem 60,3% da preferência dos eleitores, segundo pesquisa publicada no Diário de Notícias.

Atrás dele está um membro socialista do Parlamento e poeta, Manuel Alegre, com 13,9% das intenções de voto e o socialista Mario Soares, de 81 anos, um dos fundadores da democracia portuguesa, que tem 13,5% da preferência do eleitorado. Três outros candidatos da esquerda disputarão a eleição, praticamento sem chances. A pesquisa indica que Cavaco Silva, de 66 anos, ganhará no primeiro turno, sucedendo o atual presidente, Jorge Sampaio. A lei eleitoral requer o vencedor obtenha no mínimo 50% dos votos.

A presidência é um cargo em grande parte representativo, e a plataforma de Cavaco Silva é econômica nos detalhes. Mas ele tem sido mais expressivo que seus rivais sobre a necessidade de reduzir o déficit e dar um empurrão no crescimento que está ficando atrás da média da União Européia.

¿Não sou um mero inaugurador. Sou defensor de um governo forte, capaz de tomar as medidas que a situação exige¿, disse o social-democrata Cavaco Silva ao Jornal de Negócios esta semana.