Título: CPI da Privatização perde força em 24 horas
Autor: Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/01/2006, Nacional, p. A8

Menos de 24 horas depois de ter sido criada pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), a nova CPI das Privatizações perdeu força política ontem, antes mesmo de sua instalação. Ao mesmo tempo em que o ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, afirmava que o Planalto não trabalhara em favor da CPI, o próprio Aldo negava sua intenção de pedir logo, aos líderes partidários, que indicassem representantes na comissão. ¿Não estou apressado, não¿, resumiu Aldo, logo depois de o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ter condenado a iniciativa da Câmara. ¿Em nenhum momento incentivei ou desestimulei essa CPI¿, disse Jaques Wagner, segundo quem o governo não tem pressa ¿nem de fazer esta CPI, nem de encerrar as demais¿.

Para o líder tucano, deputado Alberto Goldman (SP), o presidente da Câmara apenas cumpriu uma formalidade inerente ao cargo que ocupa, ao assinar o ato de criação da CPI na noite de segunda-feira. Ele não acredita que o inquérito vingue porque a investigação poderia provocar incertezas no mercado e comprometer os investimentos externos, embora o alvo sejam as privatizações feitas no governo Fernando Henrique.

O temor de adversários do PT e do PSDB é que a nova CPI sirva de moeda de troca entre tucanos das CPIs dos Correios e dos Bingos e petistas do novo inquérito das privatizações. Eles receiam que a eventual descoberta de irregularidades seja usada para pressionar tucanos e pefelistas a apressar o fim das CPIs que infernizam o governo (Bingos e Correios).