Título: Esforços do Itamaraty não deram resultados
Autor: Alexandre Rodrigues
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/01/2006, Internacional, p. A14

BRASÍLIA - Às vésperas de o seqüestro no Iraque do engenheiro João José Vasconcellos Júnior completar um ano, o Ministério das Relações Exteriores divulgou ontem um extenso sumário das iniciativas do governo para descobrir o destino do brasileiro. Nenhuma dessas ações, até o momento, deu resultado. O Itamaraty não confirma se Vasconcellos foi morto ¿ e, nesse caso, onde estaria sepultado ¿ ou se continuaria em cativeiro. Limita-se a informar que as investigações prosseguem, o governo ¿tem agido com firmeza e determinação na busca de um desfecho para o caso¿ e suas iniciativas ¿foram e continuam a ser tomadas com cautela e discrição¿. O Itamaraty assinalou pela primeira vez que o seqüestro de Vasconcellos, no dia 19 de janeiro de 2005, deu-se no chamado Triângulo Sunita, que classificou como uma ¿região conflagrada, foco de intensos bombardeios aéreos e combates¿ e próxima à cidade de Baiji.

Também enfatizou que foram tomadas seis providências: a ampliação da rede de contatos; o envio de diplomatas à região; a ampliação das gestões pelas representações do Brasil no Oriente Médio e nos países que enfrentaram situações similares ou em condições de colaborar; ¿contatos de alto nível¿, como o telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente da Síria, Bachar Assad; apelos humanitários; apoio a manifestações populares. O Itamaraty enfatizou que todas as ações do governo se deram em contato com a Norberto Odebrecht, para a qual Vasconcellos trabalhava, e com a família do engenheiro.