Título: IBGE mostra nova baixa no emprego industrial e na renda
Autor: Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/01/2006, Economia & Negócios, p. B3

RIO - A desaceleração da atividade industrial acentuou os reflexos negativos sobre o mercado de trabalho do setor. Dados do emprego industrial de novembro, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram recuo de 0,6% no número de ocupados ante outubro e de 0,9% ante novembro de 2004. O quadro é de estagnação, avalia a economista Fernanda Vilhena, da Coordenação de Indústria do IBGE. Ela argumenta que a queda acumulada em outubro e novembro é de 0,8% e o índice de média móvel trimestral ¿ principal indicador de tendência ¿ mostrou estabilidade (-0,1%) no trimestre encerrado em novembro ante o terminado em setembro.

Para Fernanda, essa estagnação pode estar refletindo, com a defasagem habitual do mercado de trabalho em relação à produção, o menor ritmo da atividade industrial no terceiro trimestre de 2005. A queda ante mês anterior registrada em novembro foi a segunda seguida.

O fraco desempenho da produção afetou também a renda dos trabalhadores. A folha de pagamento da indústria diminuiu 0,8% em novembro, ante outubro, no terceiro resultado negativo nessa base de comparação.

Um sinal de reaquecimento é o aumento das horas pagas, de 1,3% ante outubro, e a expansão também no indicador de média móvel trimestral, com alta de 0,4% no trimestre terminado em novembro ante o encerrado em outubro.

CIESP

Pesquisa Mensal de Emprego do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) mostra que as vagas abertas em 2005 equivalem a 20% das criadas em 2004. A alta foi de 0,97% em 2005 e de 5,02% em 2004. ¿Um conjunto de fatores convergiu para o ano terminar de forma melancólica¿, disse o diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, apontando para os juros altos e o real valorizado.

Em 2005, foram criadas 18,112 mil vagas, ante 91,862 mil em 2004. Ainda assim, o resultado do ano passado foi bem melhor que o de 2003, de recuo de 0,24%.