Título: Postos pedem a redução do anidro na gasolina
Autor: Gerusa Marques e Mariana Barbosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/01/2006, Economia & Negócios, p. B7

RIO - A Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), entidade que representa os postos, pediu a redução do porcentual de álcool anidro na gasolina, e minimizou os efeitos do acordo selado entre governo e produtores na semana passada. Em carta enviada aos ministérios da Fazenda, Agricultura e Casa Civil, a entidade se exime de culpa sobre a disparada dos preços e diz que recebeu com ¿estranheza¿ convite para reunião com o governo sobre margens de revenda do produto. ¿Todo ano a história se repete em seqüência: na entressafra a oferta diminui e o preço do álcool dispara, para desespero do consumidor; governo e produtores se reúnem e chegam a um acordo que aparenta solução; distribuidores e revendedores são chamados para falar de suas margens em esforço de contenção de custos¿, diz o texto, assinado pelo presidente da Fecombustíveis, Gil Siuffo. Ele reclama que nunca se chega a uma solução e que o problema sempre é transferido ¿para terceiros¿ ¿ neste caso, as distribuidoras e os postos de combustíveis.

Na carta, Siuffo afirma que vai comparecer à reunião com o Ministério das Minas e Energia para discutir as margens, mas diz que não tem poder para combinar redução com seus afiliados, o que configuraria cartelização.

O presidente da Fecombustíveis sugere, então, a redução no porcentual de álcool anidro na gasolina de 25% para 20%, que resolveria o problema de oferta do álcool.

¿Estima-se que, a cada ponto porcentual reduzido, aumenta-se a oferta em 20 milhões de litros por mês¿, aponta o texto, destacando que o efeito seria superior à redução de R$ 0,03 por litro negociada entre governo e produtores. A carta ainda ironiza os resultados do acordo, ¿levados à imprensa como se fosse uma concessão (pelos produtores) digna dos maiores louvores¿.