Título: Indústria perde fôlego nas regiões, mostra IBGE
Autor: Jacqueline Farid
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/01/2006, Economia & Negócios, p. B7

Em 8 das 14 áreas pesquisadas, houve avanço na produção em novembro, mas ritmo foi menos intenso que o do mesmo mês de 2004

Os dados da produção regional confirmaram a continuidade do processo da desaceleração da atividade industrial em novembro. Oito dos 14 locais pesquisados apresentaram crescimento, mas os índices acumulados mostraram perda de ritmo na atividade. São Paulo, que responde por 40% da produção nacional, teve um aumento de apenas 0,3% ante igual mês de 2004. André Macedo, da Coordenação de Indústria do IBGE, disse que os últimos três meses assinalaram os resultados mais baixos da indústria paulista desde fins de 2003. Segundo ele, a estabilidade da produção no Estado em novembro ante o mesmo mês do ano anterior - para essa pesquisa não há dados comparativos a mês anterior - reflete com precisão o cenário da indústria brasileira, com reação dos bens de consumo semi e não-duráveis (alimentos, remédios, bebidas) insuficiente para garantir um ritmo mais forte para o setor.

"O resultado de São Paulo está relacionado ao menor ritmo da atividade industrial no País como um todo nos últimos três meses, além de uma base de comparação elevada", disse. A indústria paulista cresceu abaixo da média nacional (0,6%) em novembro.

Como resultado do fraco desempenho, o dado acumulado de janeiro a novembro na região desacelerou-se para 3,7%, abaixo dos 4,1% observados em outubro. Além disso, o índice acumulado nos últimos 12 meses acentuou a trajetória de desaceleração observada nos últimos meses, passando de 5,1% em outubro para 4,3% em novembro.

Na comparação com novembro de 2004, a maior parte (12) dos 20 segmentos pesquisados na indústria paulista apresentou resultados negativos, mas ainda assim o pequeno aumento na produção foi garantido pela contribuição positiva da indústria farmacêutica (35,7%), veículos automotores (3,3%), edição e impressão (4,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (3,8%).

Entre os ramos que registraram queda na produção, os que mais pressionaram a média da indústria no Estado foram material eletrônico e equipamentos de comunicações (-10%), máquinas e equipamentos (-5,7%), vestuário (-17,9%) e metalurgia básica (-8,2%).

O melhor resultado industrial em novembro foi o de Pernambuco, com avanço de 12,3%.