Título: Governo quer definir hoje mínimo de R$ 350
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/01/2006, Nacional, p. A7

O governo vai oferecer hoje às centrais sindicais a proposta de um novo salário mínimo de R$ 350 ¿ a partir de maio ¿ e reajuste de 7% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Esse é o máximo que o Palácio do Planalto admite ceder, informou ontem o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner. Tudo indica que a reunião dos dirigentes sindicais com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, deve terminar sem acordo (ver ao lado). Se isso ocorrer, o governo novamente terá de adiar o anúncio do reajuste.

Uma reunião foi marcada para as 16 horas, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, sob ameaça de impasse, o Palácio do Planalto nada confirmou.

Os dirigentes sindicais aceitam os R$ 350, mas exigem o reajuste em março. Se tiverem de esperar até maio, só aceitaram um mínimo de R$ 360. E mais: pedem reajuste de 10% na tabela do IR e pressionam para que nos próximos anos a correção seja em janeiro.

Wagner descartou a possibilidade de antecipar o reajuste. Disse que o governo teve de fazer um grande esforço orçamentário para chegar aos R$ 350. ¿Houve uma tremenda evolução no orçamento para passar dos R$ 321 iniciais e chegar a R$ 350¿, frisou o ministro.

¿Foi uma evolução em torno de 8%, com uma inflação em torno de 4,5%, 5%. É que as pessoas ainda trabalham como se houvesse uma inflação alta, mas é um ganho substantivo¿, afirmou.

ATRITOS

Na última reunião entre as duas partes, o governo disse que a antecipação para março poderia ocorrer apenas se as centrais aceitarem um mínimo de R$ 340.

A respeito do reajuste da tabela do Imposto de Renda, Wagner informou que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, é quem está tratando do assunto. Mas adiantou que dificilmente o governo terá folga orçamentária para reajustá-la além do que estava previsto inicialmente.