Título: Deputado alega que dono da Beta é seu amigo e ressarciu despesa com carro
Autor: Eugênia Lopes, João Domingos, Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/01/2006, Nacional, p. A6

O deputado João Herrmann Neto (PDT-SP) divulgou nota ontem em que afirma ser amigo de Ioannis Amerssonis, dono da Brazilian Expressa Transportes Aéreos (Beta), e justificou os depósitos da empresa ¿ de R$ 3 mil mensais, entre março de 2003 e março de 2005 ¿ em sua conta no Citibank como ¿ressarcimento às despesas realizadas¿ com carro que ¿ficava disponível para os compromissos das crianças e familiares em comum na cidade de São Paulo ou em viagens¿. Herrmann alegou que o dinheiro se refere a ¿despesas variáveis de combustível, pedágios, estacionamento, oficina e pequena manutenção¿ pagas por ele. Afirmou dispor de ¿farta documentação¿ para comprovar as transações. O automóvel de uso comum foi identificado na nota como um Passat importado, blindado, placa DCA 0450, ¿afastado no início do ano passado pelo elevado custo de manutenção¿.

Na nota, o deputado classifica as denúncias como ¿uma tragédia¿ em sua vida pessoal, familiar e política. E garante que as atividades empresariais do amigo ¿não colidem¿ com suas atividades políticas.

SIGILO

A assessoria do deputado em Piracicaba manteve ontem sigilo sobre sua agenda e foi vaga ao informar que ele estava trabalhando ¿normalmente, na região de São Paulo¿ e estará em Brasília ¿possivelmente¿ na segunda ou terça-feira. Procurada pelo Estado, a empresa Beta informou que só se pronunciará sobre o caso na segunda-feira.

Herrmann Neto foi prefeito de Piracicaba. Segundo políticos de oposição, na época promoveu licitação e contratou uma empresa para asfaltar ruas da cidade, mas houve denúncia de superfaturamento e o contrato acabou cancelado. A empresa processou a prefeitura e ganhou indenização de cerca de R$ 22 milhões, atualizados.

Marcos Stanoski, da empresa Stavia Stanoski, disse que ainda tem R$ 12 milhões a receber e desconhece denúncia de superfaturamento.