Título: As etapas
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/01/2006, Internacional, p. A12

Frente diplomática: Grã-Bretanha, França e Alemanha, que patrocinam a idéia de uma resolução contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, esforçam-se para conquistar o apoio da Rússia, China e países em desenvolvimento. Antes de ir para o Conselho de Segurança, a questão precisa passar pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que tem uma reunião de emergência marcada para fevereiro.

Reunião na AIEA: Diplomatas ocidentais estão certos da aprovação da resolução por maioria simples, mas querem uma margem de pelo menos dois terços a fim de reforçar o mandato do Conselho de Segurança.

Posição chinesa e russa: China e Rússia, duas potências com poder de veto no Conselho de Segurança, têm reservas aos planos dos europeus, mas indicaram que deixarão de bloquear uma resolução se o Irã retomar a pesquisa de combustível nuclear com potencial uso em bombas atômicas. Ambos vêem com cautela uma punição do Irã graças aos íntimos laços comerciais com o país.

Conselho de Segurança da ONU: O órgão primeiro faria advertências, pedindo que o Irã renuncie ao programa de enriquecimento de urânio em troca de incentivos comerciais e garantias de segurança. Se recusar, o CS poderá considerar sanções comerciais.

Irã: O país afirma que sua pesquisa nuclear é voltada à geração de eletricidade. Mas enquanto pede a retomada das negociações, Teerã indica que pode jogar ¿a carta do petróleo¿ para dissuadir os críticos. O Irã ameaça retirar do mercado parte de suas vendas diárias de 2,4 milhões de barris.

Ação militar: EUA e Israel levantaram a possibilidade de ação militar se a diplomacia fracassar. Mas ataques seriam difíceis porque as instalações do Irã são dispersas e bem defendidas.