Título: Mercadante: BC foi conservador de novo
Autor: Marcelo RehderCleide Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/01/2006, Economia & Negócios, p. B4

BRASÍLIA - Foi, mais uma vez, adotada opção por uma política monetária conservadora¿, afirmou o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Segundo o senador, o corte de 0,75 ponto porcentual na taxa Selic foi esperado em outros momentos, mas agora, com o ambiente econômico favorável, contas externas gerando superávit, o Brasil antecipando o pagamento da dívida para o Fundo Monetário Internacional (FMI), era possível uma queda mais substantiva.

¿Mas a trajetória de queda sustentável permanece e espero que isso se acelere.¿ O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana, considerou positiva a decisão do Copom . ¿É mais um passo para o que todos nós desejamos, que é uma calibragem na política econômica do País, que já gera resultados positivos¿, disse.

O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), aprovou a decisão do Copom. ¿Qualquer medida no sentido de reduzir a taxa de juros é uma contribuição para o crescimento da economia, que é o que todos os brasileiros desejam¿, disse. Indagado se a queda não poderia ser maior, Rebelo se esquivou. ¿Prefiro analisar o fato.

Mesmo que o corte não tenha sido o que desejávamos, trata-se de uma contribuição para o crescimento do País.¿ O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), considerou que o corte de 0,75 ponto ¿já foi um avanço, mas ainda falta muito.

¿ Segundo o parlamentar, finalmente o governo e o Copom estão vendo ¿o desastre¿ que foi a política monetária, a qual, segundo ele, levou a um crescimento muito baixo e a perdas na geração de empregos.

¿O Copom, de maneira tardia, percebeu que a taxa de juros no Brasil é, infelizmente, a maior do mundo¿, disse Maia.