Título: Alckmin afirma que não teme dossiê petista
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2006, Nacional, p. A5

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), reagiu ontem, no Recife, à elaboração de um dossiê contra o seu partido, que estaria sendo montado pelo PT para enfrentar as eleições deste ano. ¿Se o PT tem algo contra, deveria usar¿, disse. ¿Não tenho medo de cara feia¿, prosseguiu Alckmin, um dos principais nomes do PSDB para disputar a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Foi uma resposta do tucano às informações de que os caciques do PT estão, desde os primeiros dias do ano, colecionando denúncias contra o PSDB. Abalados pela crise do mensalão, os petistas dão como certo que a questão ética será central nas eleições deste ano. Daí, querem mostrar que seus adversários, principalmente os do PSDB, não têm autoridade para dar aulas de moral e ética. Para Alckmin, não há dúvida de que haverá exigência ética e programática na eleição. ¿Não dá para tirar coelho da cartola. Isso o PT desmistificou¿, afirmou. ¿Agora é pão, pão, queijo, queijo. Quem sabe faz, quem não sabe faz discurso¿, prosseguiu o governador.

Na luta para fazer com que seu nome ganhe visibilidade nacional, o governador seguiu ontem em viagem ao Nordeste pelo segundo dia consecutivo. Depois de passar o sábado em Aracaju (SE), Alckmin chegou à tarde a Recife (PE) reafirmando que o foco de sua campanha não será o adversário. Apesar de estar aproveitando o tempo para nacionalizar seu nome, Alckmin assegurou que não haverá embate com o prefeito de São Paulo, José Serra, para a escolha de qual dos dois será o candidato tucano na eleição presidencial.

À noite, Alckmin fez palestra para empresários no Instituto Ricardo Brennand, onde disse que ¿é preciso colocar o dedo na ferida, pois a política fiscal deve ser severa¿. ¿Não há solução sem crescimento¿, acrescentou.

Hoje pela manhã Alckmin toma café com lideranças do PSDB, em Recife, e dá entrevista a rádios locais