Título: Banco suíço fecha contas de iranianos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2006, Internacional, p. A10

Em um sinal de isolamento cada vez maior diante de sua política nuclear, o Irã começa a sofrer um bloqueio de algumas das maiores instituições financeiras do mundo. Ontem, o bancos suíço UBS anunciou que está cortando todas as relações com o Irã e não terá mais contas ou atividades financeiras com nenhum cliente no país. O UBS planeja fazer o mesmo com a Síria em futuro próximo. Outro banco suíço, o Crédit Suisse, também está preocupado com a situação em Teerã. O UBS tenta negar que o corte de relações, por tempo indeterminado, tenha motivação política: o único motivo seroa financeiro. Para o UBS, a insegurança política no Irã tem um certo impacto na decisão, mas a gota d¿água seria o fato de os lucros não compensarem os custos de operação. Mas o tema está sendo visto na Europa como um afastamento das instituições financeiras de dois países à beira de crises políticas com o restante do mundo.

O anúncio ocorre dois dias depois de as autoridades no Irã, inclusive o presidente do Banco Central, Ebrahim Sheibani, declararem que poderão retirar recursos do país depositados em países favoráveis à adoção de sanções contra Teerã no Conselho de Segurança da ONU. Governos como o dos EUA querem que a comunidade internacional tome ações cada vez mais duras contra o Irã diante da insistência em desenvolver um programa nuclear.

Segundo Serge Steiner, assessor do UBS, o banco vem fechando contas de clientes iranianos desde outubro. ¿Isso vale para todas as filiais e escritórios regionais do UBS no mundo", disse. No total, os iranianos teriam cerca de 900 milhões depositados na Suíça, grande parte deles no UBS e no Crédit Suisse. Os iranianos no exterior podem continuar a manter suas contas nos bancos suíços.

Para o porta-voz do UBS, a decisão não é uma tentativa de manter boas relações com os EUA, onde o banco tem a maior parcela de suas atividades.