Título: Amorim irá ao fórum tratar de subsídios agrícolas
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2006, Economia & Negócios, p. B5

A retomada das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) será tratada nesta semana, em Davos, em reuniões paralelas às do Fórum Econômico Mundial. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, desembarca na cidade suíça no próximo dia 26 empenhado em discutir como destravar as negociações sobre abertura de mercados agrícolas ¿ mais especificamente, como pressionar a União Européia a mudar sua posição sobre esse tópico ¿ com os representantes dos Estados Unidos, da Europa, da Índia, da Austrália e da África do Sul. O mesmo grupo reuniu-se várias vezes no segundo semestre de 2005, o que evitou o fracasso da Conferência Ministerial da OMC em Hong Kong, em dezembro. Desta vez, terá de se desdobrar para superar as celeumas geradas nessa mesma conferência, pôr em marcha as negociações e manter o objetivo de concluí-las até o fim do ano. O foco estará sobre a resistência de Bruxelas em ampliar sua proposta sobre acesso a mercados agrícolas e também sobre seu comissário para o Comércio, Peter Mandelson, protagonista de um papelão em Hong Kong, onde chegou a acusar Brasil, EUA e seus aliados de formar uma ¿gangue¿.

Mandelson deverá estar presente em Davos. Nas discussões que se darão entre os dias 26 e 29, Amorim terá um papel central por falar em nome do G-20 ¿ a frente de economias em desenvolvimento que exige substancial abertura dos mercados agrícolas ¿ e também por seu embate contra as posições de Mandelson em Hong Kong.

Além de Amorim, já confirmaram a ida a Davos o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O presidente Lula não irá nem a Davos, nem ao Fórum Social Mundial em Caracas.