Título: Procurador na CPI dos Bingos: morte de Toninho foi comum
Autor: Rosa Costa
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2006, Nacional, p. A4

Encarregados do inquérito sobre o assassinato do prefeito de Campinas Antônio da Costa Santos, o Toninho de PT, ocorrido em setembro de 2001, os promotores José Gasques de Almeida Silvares e Fernando Pereira Vianna Neto afirmaram ontem, à CPI dos Bingos, que não há indícios de crime de mando. Segundo os dois explicaram aos parlamentares da comissão, o Ministério Público Estadual não descarta por completo a hipótese de um crime encomendado, mas até agora não há nada de concreto, nenhum indício, que leve a essa conclusão.

De acordo com Silvares, tampouco existem elementos que relacionem a morte de Toninho do PT ao assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002.

¿Não temos nenhum dado de interesses contrariados nem prova que o associe ao que ocorreu em Santo André, a não ser o fato de serem ambos do PT¿, afirmou o promotor de Justiça aos parlamentares.

Vianna Neto declarou que as investigações conduzidas em Campinas revelaram que os responsáveis pelo assassinato de Toninho haviam assaltado uma residência, depois tentaram roubar uma pessoa e, por fim, foram para a avenida onde acabaram atingindo o prefeito.

Os promotores de Justiça também descartaram a existência de divergências entre o prefeito e alguns setores da administração de Campinas. Dispostos a ouvir todas as testemunhas, eles disseram que têm aparecido pessoas com versões diferentes, mas facilmente desmontáveis.

Eles citaram como exemplo o garçom de codinome Jack, que disse ter ouvido donos de bingo planejando a morte do prefeito. De acordo com os promotores, Jack não pode ser levado a sério, visto que mudou de versão várias vezes e não conseguiu reconhecer nenhum dos 60 ou 70 funcionários do Bingo Taquaral, onde disse que trabalhava e teria ouvido a conversa.