Título: PMDB fará prévias em 19 de março
Autor: Cristiana Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/01/2006, Nacional, p. A10

A Executiva Nacional do PMDB decidiu ontem, por aclamação, realizar em 19 de março as eleições prévias que apontarão o candidato do partido a presidente da República. Em apenas dez minutos de reunião, com a presença dos dois pré-candidatos - o governador gaúcho, Germano Rigotto, e o ex-governador Anthony Garotinho -, a direção peemedebista remarcou a consulta interna, inicialmente prevista para 5 de março.

O prazo para a inscrição de candidatos também foi estendido até dia 11, mas não há outros peemedebistas interessados em participar da disputa. "Decidimos que o importante para o partido agora é a união e resolvemos não brigar", resumiu o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), linha de frente da ala governista da legenda, que vinha trabalhando contra as prévias. Aliado do senador José Sarney (PMDB-AP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a defender o adiamento da consulta para junho, quando termina o prazo para que os partidos oficializem seus candidatos em convenção nacional.

REUNIÃO

Sem força política para derrubar as prévias na Executiva Nacional, a ala governista decidiu aderir, ao menos temporariamente, à tese da candidatura própria. O acerto foi formalizado em uma reunião, no fim da tarde de segunda-feira, da qual participaram Sarney, Renan e o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP).

Diante do clima de desconfiança, no entanto, o governador gaúcho chegou a anunciar ontem cedo, em reunião no apartamento de Temer, que renunciaria ao governo do Rio Grande do Sul a partir de 1º de abril, independentemente da data das prévias do partido.

Foi para evitar que Rigotto abdicasse de seis meses de mandato sem ter a garantia da candidatura presidencial que seus aliados, entre os quais os governadores de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, e Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, trabalharam para que o nome do partido fosse escolhido antes de 31 de março, quando termina o prazo legal para que candidatos abandonem seus postos no Executivo.