Título: No Acre, presidente recebe hoje apelo para disputar reeleição
Autor: Wilson Tosta
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/01/2006, Nacional, p. A4

Governador Jorge Viana entregará a Lula manifesto de petistas do Estado durante sua visita a obras

O governador do Acre, Jorge Viana (PT), pretende entregar hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um manifesto em defesa de sua reeleição, assinado por ele e por parlamentares acreanos. "O movimento que o PT deveria fazer, e espero estar dando o pontapé inicial, é pedir encarecidamente que Lula queira se recandidatar e não pressionar para que ele se decida logo, como se houvesse dúvida de que ele é o melhor candidato do partido", afirmou ontem o governador, enquanto aguardava a chegada de Lula, prevista para o início da noite. No encontro, o presidente deve assinar contratos de R$ 250 milhões para obras no Estado.

"Seria um prejuízo irrecuperável para o PT interromper o trabalho de Lula", afirmou. O primeiro programa do presidente no Estado será visitar obras de uma ponte da BR-317, no município de Assis Brasil. À tarde, em Senador Giomard, deve inaugurar um assentamento agroflorestal. Na opinião de Viana, Lula precisa de um novo mandato "para desfazer erros do primeiro". Seria preciso, continuou, promover "a abertura de um diálogo maior com a sociedade, buscar aliados em outros partidos mais cedo, ter menos burocracias e morosidades internas, comunicar melhor suas ações de infra-estrutura e até do social".

"Só agora, no fim deste mandato, estamos buscando alianças nacionais com o PMDB, por exemplo", disse ele ao Estado. "Isso deveria ter sido feito antes. Tolerância é ainda uma palavra muito cara para alguns setores do PT", comentou.

O presidente, para ele, sofre por "ingratidão" de aliados e da oposição. Os "ingratos" seriam seus atuais colegas de outros Estados que, ao receber a operação tapa-buraco criticaram a falta de manutenção das rodovias federais. "O que eles estão fazendo com os recursos da Cide?", perguntou.

O Acre, prosseguiu, está esquecido há anos pelos governos. "Esta será a primeira vez na história que o Estado receberá um ministro da Fazenda (Palocci)". Ele criticou ainda a oposição por estar chamando o governo de "assassino" por conta das mortes de prefeitos petistas de Campinas e Santo André. "A oposição está indo além dos limites", atacou. O PFL, em sua opinião, começou de forma séria, e depois "descambou para os absurdos".