Título: Juntos, Alckmin e Serra evitam clima de disputa
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/2006, Nacional, p. A5

Adversários ferrenhos na corrida pelo direito de representar o PSDB na eleição presidencial deste ano, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra empenharam-se nas comemorações do aniversário de São Paulo para não transparecer o clima de disputa interna.

Alckmin, ao elogiar Serra, durante discurso no Pátio do Colégio, foi quem quebrou o gelo. "Quero saudar meu querido companheiro, grande prefeito de São Paulo, José Serra, que administra essa cidade com a seriedade, com o talento, com o espírito público e com a experiência acumulada de trabalhar pelo nosso povo", disse. E, durante a entrevista, voltou a atribuir à direção do partido a escolha do candidato tucano.

Na Catedral da Sé, de onde seguiram até o Pátio do Colégio, Alckmin e Serra apertaram as mãos apenas no "abraço da paz". No trajeto, uma saia-justa. Um transeunte gritou ataques a Serra e disse que Alckmin seria presidente.

O prefeito convidou o governador a acompanhá-lo até o Teatro Municipal. Alckmin mudou a agenda e seguiu com Serra, de trólebus. Sentados lado a lado, falaram apenas de amenidades.

O governador evitou comentar declarações de Serra, que na véspera havia admitido a hipótese de ser candidato. Indagado sobre a sua própria disposição, evocou o partido: "Quem decide é o diretório do PSDB: vai estabelecer época, critérios, discussão, entendimento."

Alckmin ainda negou qualquer "trégua" com Serra. "Não há trégua, nem necessidade de tê-la."