Título: Novo salário pode elevar déficit do INSS a R$ 48 bi
Autor: Ribamar Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/2006, Nacional, p. A6

O déficit da Previdência deve subir para um valor entre R$ 43 bilhões e R$ 48 bilhões neste ano por causa do aumento do salário mínimo para R$ 350 - reajuste 12,5% acima da inflação. Tudo dependerá do sucesso do processo de recadastramento dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciado em 2005.

O governo avalia que seja possível economizar R$ 5,4 bilhões com a suspensão do pagamento para aposentados e pensionistas que não atenderem à convocação.

A idéia do recadastramento é eliminar possíveis casos de fraude, como o de pessoas que recebem a aposentadoria em nome de mortos. Até agora, cerca de 2,5 milhões de pessoas já foram convocadas a comparecer às agências bancárias em que recebem o benefício para efetuar o recadastramento, mas o índice de comparecimento não chegou a 50%.

O Ministério da Previdência já prorrogou o prazo para que os segurados se apresentem. A partir de 24 de fevereiro, os integrantes do primeiro grupo que não se manifestarem estarão sujeitos à suspensão do pagamento já em março.

Segundo técnicos do Congresso, se o índice de não recadastramento por fraude for efetivamente alto, como 15%, a economia de recursos pode superar os R$ 5,4 bilhões.

No total, todos os benefícios pagos pela Previdência podem somar R$ 169 bilhões em 2006, sem contar os possíveis cortes. A previsão de receita do INSS chega a R$ 120,5 bilhões.

Só o reajuste real do mínimo custará à Previdência R$ 4 bilhões. Isso decorre da quantidade de benefícios atrelados ao piso - dois terços de todos os pagamentos da Previdência.