Título: Prejuízo da GM é de US$ 8,6 bilhões
Autor: Cleide Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/2006, Economia & Negócios, p. B13

Resultado de 2005, divulgado ontem, mostra que perdas foram lideradas pelas operações da América do Norte

A General Motors confirmou ontem resultados já esperados pelo mercado mundial. A maior montadora do mundo teve prejuízos de US$ 8,6 bilhões em 2005, ante lucro de US$ 2,8 bilhões obtido no ano anterior. As perdas foram lideradas pelas operações da América do Norte, onde o grupo anunciou em novembro o fechamento de 12 fábricas e a demissão de 30 mil trabalhadores até 2008.

O prejuízo inclui custos com a reestruturação e outros itens especiais como acerto financeiro com a fabricante de peças Delphi, também em crise. Excluindo esses dados, a perda foi de US$ 3,4 bilhões. Só no quarto trimestre a montadora teve perdas de US$ 4,78 bilhões.

Para o presidente mundial da companhia, Rick Wagoner, "2005 foi um dos anos mais difíceis da história da GM, puxado pela performance ruim na América do Norte". Ele admitiu a incapacidade da empresa de promover reajustes estruturais de custos, situação que espera mudar este ano com o plano de reestruturação.

O faturamento do grupo foi de US$ 192,6 bilhões, ante US$ 193,5 bilhões no ano anterior.

A montadora vendeu 9,2 milhões de automóveis em 2005, segundo maior volume de vendas da sua história. As vendas na região da América Latina, África e Oriente Médio subiram históricos 19%. Na Ásia e Pacífico, aumentaram 20%, também recorde histórico.

Na Europa, as vendas subiram 1,3% e na América do Norte caíram 3,1%. Por conta disso, a participação da GM no mercado mundial de veículos caiu para 14,2% ante 14,4% em 2004.

Com a reestruturação, a empresa pretende economizar US$ 6 bilhões ao ano.

Fechamento de fábricas e redução de pessoal também é estratégia adotada pela Ford, que esta semana anunciou que vai demitir 30 mil funcionários e fechar 14 fábricas nos próximos anos. A DaimlerChrysler é outra grande montadora americana que anunciou um corte de 6 mil trabalhadores do setor administrativo das fábricas dos EUA e Alemanha até 2009.

No Brasil, a GM abriu esta semana um programa de demissões voluntárias para o setor de ferramentaria da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista. O objetivo é cortar 320 funcionários de um grupo de 544. A empresa alega estar com excesso de pessoal na área, que produz máquinas e equipamentos para o Brasil e para clientes nos Estados Unidos e Europa.

"Com o real valorizado, nossos custos não estão mais competitivos", informou o presidente da GM do Brasil, Ray Young.