Título: Alckmin vai manter campanha
Autor: Rodrigo Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/01/2006, Nacional, p. A11

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) disse ontem que continua na disputa pela candidatura tucana à Presidência da República até se encerrar o "prazo político" do partido, 30 de março. Até lá, o governador mantém sua extensa agenda de inaugurações de obras, lançamentos de programas de governo e participações em eventos pelo Estado. Nos fins de semana, vai "percorrer o Brasil", tentando dar visibilidade a seu nome fora de São Paulo e melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de votos, principal critério do PSDB na escolha do candidato.

Alckmin tentou amenizar o clima da disputa com o prefeito de São Paulo, José Serra. "Acho que há grande probabilidade de um entendimento. De não ter disputa. Vou trabalhar para isso," discursou. No entanto, luta para reverter as últimas manifestações da cúpula tucana, favoráveis a Serra. Na quinta-feira, Fernando Henrique Cardoso reuniu em seu apartamento o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE). Ao chegar, Tasso adiantou o que Serra tem evitado manifestar. "Claro que ele é candidato", disse. Fernando Henrique, tido como a última palavra na escolha, declarou que "José Serra será candidato se o povo quiser que ele seja".

Ontem, Alckmin pregou calma ao partido na definição do nome do presidenciável enquanto inaugurava uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 26 novos leitos no Hospital Ipiranga, na zona sul de São Paulo. "Não vejo razão para correria", disse. "No dia 30 de março o PSDB terá um grande candidato à Presidência", continuou. Nesse intervalo, espera "ouvir as pessoas" e "conhecer as regiões" do País para construir um programa de governo consistente.

Alckmin avaliou que o PT deve ficar cada vez mais isolado com a queda da verticalização, acreditando que a decisão encoraja partidos importantes, como o PMDB, a lançarem candidatura própria para a Presidência. "A possibilidade do PMDB apoiar o PT ficou pequena", disse. Mesmo chamando de "derrotável", considera o presidente Lula o grande adversário a ser batido. E afirmou ser ele uma "boa opção do PSDB", por ter grande potencial de crescimento.