Título: Mercado de trabalho teve o melhor ano do governo Lula
Autor: Jacqueline Farid
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/2006, Economia & Negócios, p. B1

O mercado de trabalho foi melhor em 2005 do que nos dois primeiros anos do governo Lula, segundo levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve evolução em indicadores como ocupação, formalidade e renda, além de queda no desemprego. Porém, cresceu a dificuldade dos mais jovens em conseguir emprego, apesar da criação do programa Primeiro Emprego em 2003. Os dados fazem parte de estudo do IBGE sobre a evolução do mercado de trabalho em três anos.

"O ano de 2005 (para o mercado de trabalho) foi melhor do que 2004, que também foi melhor que 2003", disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo. Entretanto, o número de desocupados nas seis regiões em dezembro (1,8 milhão de pessoas) ainda "é alto" e 8,3% da População Economicamente Ativa estava desempregada no fim do ano passado.

Como exemplo da evolução do mercado de trabalho no atual governo, Azeredo citou que o rendimento médio real dos trabalhadores, que foi de R$ 960,70 em 2003 e caiu 0,7% em 2004, para R$ 953,51, voltou a subir em 2005, atingindo a média de R$ 972,61 (2% em relação a 2004). Na comparação com 2003, subiu 1,2%.

A taxa de desemprego passou de 12,3% em 2003 para 11,5% em 2004 e 9,8% em 2005. O número de empregados com carteira cresceu 5,6% em 2005 comparado a 2004, ante aumento bem menor (2%) em 2004 ante 2003. O número de ocupados continuou em alta, com aumento de 3% no ano passado em relação ao ano anterior.

JOVENS

O estudo revela ainda que a população ocupada ficou mais velha e mais instruída entre 2003 e 2005. A faixa etária com mais dificuldade de conseguir emprego é a de jovens de 10 a 24 anos. No caso dos jovens entre 18 e 24 anos, o número de ocupados ficou estável (0,2%) em 2005 ante 2004, enquanto na faixa dos 50 anos ou mais o número de vagas cresceu 6,3%.

Além disso, a participação da população de 10 a 24 anos no total de ocupados caiu de 19,5% em 2003 para 18,2% em 2005, e a fatia dos ocupados com 50 anos ou mais subiu de 16,8% em 2003 para 18% em 2005.