Título: BONO VOX:'O Brasil é a extremidade mais sexy do catolicismo'
Autor: Rolf Kuntz
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/01/2006, Economia & Negócios, p. B5

Ele ama São Paulo e considera o Brasil "a extremidade mais sexy do catolicismo". Habitué de Davos, onde exerce o seu papel de celebridade pop com envolvimento mais consistente na redução da pobreza, Bono Vox, líder do U2, conversou com repórteres brasileiros num rápido intervalo da sua intensa programação no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

A venda de ingressos para o show do U2 no Brasil foi caótica, com filas intermináveis, e os ingressos foram considerados muito caros...

Eu ouvi que houve críticas. Na Austrália, houve críticas de que os ingressos eram baratos demais, e é por isto que havia pessoas brigando por eles. Estaríamos falsamente criando um clima de animação. Então, em um país é muito barato, no outro é muito caro. Olhe, eles são caros, ponto final. Mas nós trabalhamos com pessoas localmente para tentar manter os ingressos mais baratos. Foram pessoas com uma mente mais empresarial que a minha que organizaram o show. Espero que o público ache que valeu a pena.

O sr está animado com o show no Brasil?

Eu mal posso esperar, mal posso esperar. Em primeiro lugar, eu amo São Paulo, amo de todas as maneiras. Eu amo o Brasil, mas a animação destas cidades, como Rio, São Paulo... Eu acho que o Brasil é a extremidade mais sexy do catolicismo. Eu sou irlandês, metade católico.Os irlandeses são brasileiros que não sabem dançar.

Mas sabem cantar?

Sabemos cantar. (O show no Brasil) é algo muito, muito importante, não apenas para mim, mas para toda a banda. Não conseguimos dar um jeito de realizá-lo na última excursão. Agora, nós conseguimos, e vamos dar tudo o que temos, posso garantir a vocês.

Fale sobre a "campanha do vermelho", que o sr. veio lançar aqui.

Esta é uma nova abordagem para um velho problema, e nós a lançamos hoje (produtos de marcas como Armani e Nike, com a cor vermelha, para campanhas de combate à aids). Estamos competindo pela atenção da mídia o tempo todo. É muito frustrante não conseguir colocar a crise da aids no noticiário. Por isto, queremos trabalhar com a Nike, com a Apple, ou com o Armani. Estas são as pessoas que sabem como obter a atenção de vocês.